Eu uso o WhatsApp comercialmente. Sem dúvida, é uma importante ferramenta que agiliza os contatos. E mesmo que a agilidade seja fator determinante em muitos setores, o bom senso e a gentileza não deveriam faltar. Algumas pessoas enviam mensagens que quando não são respondidas imediatamente geram diversas interrogações. Alguns ligam via zap e a nitidez desse tipo de ligação nem sempre é favorável. A resposta via WhatsApp pode não ser imediata por diferentes motivos: eu posso estar em uma ligação no telefone fixo; atendendo cliente no balcão; emitindo a garantia da turbina e etc.
Tenho procurando estar presente em cada ação e isso tem efeito positivo para solucionar cada demanda de atendimento. Além disso, pode ser horário de almoço ou não ser horário do expediente. Tudo tem os prós e contras. E todo excesso é prejudicial. Com essa convicção alinhada, determinamos atender as demandas do trabalho, no horário do expediente das 8:00 às 17:00, respeitando o intervalo do almoço das 12:00 às 13:00. Desligamos os celulares da empresa pontualmente às 17:00.
Pessoalmente eu uso o WhatsApp com muita moderação. A pessoa que mais falo é com minha filha que mora do outro lado do continente. Esses dias eu ouvi de uma criança um alerta que serve para muitas pessoas: “minha mãe tem tanto grupo de zap que fica parte do dia só vendo mensagens.” Muitas vezes a pessoa está tão ligada no automático que sequer percebe a quantidade de tempo que tem dedicado ao celular. Acaba perdendo a oportunidade de contemplar as preciosidades do cotidiano, dessas coisas simples como a leitura de um gibi com um filho e gargalhar junto com as tirinhas, contemplar o pôr do sol, ler um bom livro e tantas outras coisas.
Os grupos de WhatsApp são úteis? Sim, podem até ser. Tudo é uma questão de como você utiliza. Eu não aprecio grupos e só estou inscrita em alguns com poucos membros e que tem uma função importante. Um deles é o grupo de mães da catequese cujas mensagens sobre as atividades costumam acontecer 1 vez por semana. O outro é o grupo dos amigos do churrasco. E o último é composto por amigas conterrâneas cuja interação acontece para agendar encontros e nos falarmos vez ou outra. Nosso melhor diálogo é mesmo ao vivo e a cores. Da família não participo de nenhum. Do jeito que a minha é enorme, eu iria receber tantas mensagens que meu celular simples iria pifar imediatamente.
Outra coisa que tenho percebido e que poucas pessoas estão se falando ao telefone, apenas por mensagem. Eu prefiro falar e sentir a voz da pessoa, especialmente, com os laços da minha jornada. Ah e se precisar falar comigo e for urgente, me liga. Posso demorar horas para responder mensagens de zap. Dependendo do teor eu nem respondo. A ligação eu costumo retornar. Por exemplo, no aniversário de pessoas que estimo eu ligo e tenho ouvido com espanto de algumas pessoas a seguinte frase: “nossa só você mesmo para ligar, foi a única ligação que recebi”. Nossa que estranho ouvir isso com mais frequência. A diferença em receber uma mensagem e ligação, na minha compreensão, é gigante e diz muito sobre consideração. É assim que sinto e o que sinto faz muito sentido em minha vida. Será que a comunicação entre as pessoas passará a ser apenas por mensagens?
Os encontros reais tem a graça do abraço, do olho no olho, do sorriso que aflora. Em tempos de contatos tão virtuais que acelera o modo automático das pessoas, a indiferença parece maior e a proximidade rara. Percebo gente que espalha AMOR nas redes sociais pela família e sequer visita o ente que se diz “querido”. Tá na REDE e não na REAL. É o carinho maquiagem, é a exibição espetáculo. Já li em uma mensagem que fui ver horas depois de enviada: “nossa que saudade, faz tempo que não te vejo”. E respondi: Moro na mesma casa, trabalho no mesmo lugar e meu telefone é o mesmo. É preciso ficar atento para não se deixar viciar pelo modo automático e prejudicar suas relações reais. O abraço é melhor do que um áudio no WhastApp. E tem gente percebendo com nitidez essa falha, falta e desequilíbrio. Tenho observado com muita alegria um movimento inverso. De gente se desligando para se ligar.
Crédito da imagem: Wikipédia
A arte de relacionar-se é um desafio e uma bênção que me permite aprender e ensinar com os personagens que fazem parte dos capítulos de minha história. E ainda há muito para escrever ...para trocar experiências com os irmãos que habitam o cenário de minha existência...afinal... cada amanhacer é uma dádiva...todo crespúsculo é uma passagem...e a noite as sombras nos faz enxergar a luz do ciclo que se completa e se renova dia a dia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Notas despedidas
O clima Meu corpo anda dolorido da avalanche de demandas e cá estou para registrar minhas notas nessa manhã quente da primavera paulista. ...
-
Não conheço com profundidade as origens dos meus antepassados, mas os reverencio porque sei que eles são parte de minha história, da minha g...
-
Meu último texto do ano da série mês turbinado. Sim, 2010 está chegando ao fim. Hoje é dia 30 e já sentimos no ar a chegada de um novo ano. ...
-
Aflição que queima A primeira quinzena de setembro já foi. Ouço de muitas vozes com diferentes tons: o tempo está louco. Entre segunda e sex...
Nenhum comentário:
Postar um comentário