segunda-feira, 22 de julho de 2019

O modo automático virtual prejudica as relações reais?

Eu uso o WhatsApp comercialmente. Sem dúvida, é uma importante ferramenta que agiliza os contatos. E mesmo que a agilidade seja fator determinante em muitos setores, o bom senso e a gentileza não deveriam faltar. Algumas pessoas enviam mensagens que quando não são respondidas imediatamente geram diversas interrogações. Alguns ligam via zap e a nitidez desse tipo de ligação nem sempre é favorável. A resposta via WhatsApp pode não ser imediata por diferentes motivos: eu posso estar em uma ligação no telefone fixo; atendendo cliente no balcão; emitindo a garantia da turbina e etc.

Tenho procurando estar presente em cada ação e isso tem efeito positivo para solucionar cada demanda de atendimento. Além disso, pode ser horário de almoço ou não ser horário do expediente. Tudo tem os prós e contras. E todo excesso é prejudicial. Com essa convicção alinhada, determinamos atender as demandas do trabalho, no horário do expediente das 8:00 às 17:00, respeitando o intervalo do almoço das 12:00 às 13:00. Desligamos os celulares da empresa pontualmente às 17:00.

Pessoalmente eu uso o WhatsApp com muita moderação. A pessoa que mais falo é com minha filha que mora do outro lado do continente. Esses dias eu ouvi de uma criança um alerta que serve para muitas pessoas: “minha mãe tem tanto grupo de zap que fica parte do dia só vendo mensagens.” Muitas vezes a pessoa está tão ligada no automático que sequer percebe a quantidade de tempo que tem dedicado ao celular. Acaba perdendo a oportunidade de contemplar as preciosidades do cotidiano, dessas coisas simples como a leitura de um gibi com um filho e gargalhar junto com as tirinhas, contemplar o pôr do sol, ler um bom livro e tantas outras coisas.

Os grupos de WhatsApp são úteis? Sim, podem até ser. Tudo é uma questão de como você utiliza. Eu não aprecio grupos e só estou inscrita em alguns com poucos membros e que tem uma função importante. Um deles é o grupo de mães da catequese cujas mensagens sobre as atividades costumam acontecer 1 vez por semana. O outro é o grupo dos amigos do churrasco. E o último é composto por amigas conterrâneas cuja interação acontece para agendar encontros e nos falarmos vez ou outra. Nosso melhor diálogo é mesmo ao vivo e a cores. Da família não participo de nenhum. Do jeito que a minha é enorme, eu iria receber tantas mensagens que meu celular simples iria pifar imediatamente.

Outra coisa que tenho percebido e que poucas pessoas estão se falando ao telefone, apenas por mensagem. Eu prefiro falar e sentir a voz da pessoa, especialmente, com os laços da minha jornada. Ah e se precisar falar comigo e for urgente, me liga. Posso demorar horas para responder mensagens de zap. Dependendo do teor eu nem respondo. A ligação eu costumo retornar. Por exemplo, no aniversário de pessoas que estimo eu ligo e tenho ouvido com espanto de algumas pessoas a seguinte frase: “nossa só você mesmo para ligar, foi a única ligação que recebi”. Nossa que estranho ouvir isso com mais frequência. A diferença em receber uma mensagem e ligação, na minha compreensão, é gigante e diz muito sobre consideração. É assim que sinto e o que sinto faz muito sentido em minha vida. Será que a comunicação entre as pessoas passará a ser apenas por mensagens?

Os encontros reais tem a graça do abraço, do olho no olho, do sorriso que aflora. Em tempos de contatos tão virtuais que acelera o modo automático das pessoas, a indiferença parece maior e a proximidade rara. Percebo gente que espalha AMOR nas redes sociais pela família e sequer visita o ente que se diz “querido”. Tá na REDE e não na REAL. É o carinho maquiagem, é a exibição espetáculo. Já li em uma mensagem que fui ver horas depois de enviada: “nossa que saudade, faz tempo que não te vejo”. E respondi: Moro na mesma casa, trabalho no mesmo lugar e meu telefone é o mesmo. É preciso ficar atento para não se deixar viciar pelo modo automático e prejudicar suas relações reais. O abraço é melhor do que um áudio no WhastApp. E tem gente percebendo com nitidez essa falha, falta e desequilíbrio. Tenho observado com muita alegria um movimento inverso. De gente se desligando para se ligar.
Crédito da imagem: Wikipédia

terça-feira, 2 de julho de 2019

Junho tríade abençoado

A palavra tríade faz referência ao mês dos três Santos, Santo Antônio, São João e São Pedro. Junho sempre foi um mês especial na minha jornada. Nasci no sertão e sei o quanto junho é precioso em nossa terra. Lembro com muito carinho das novenas e procissão de São João Batista. Dessas memórias afetivas que seguem vivas na alma.

Por aqui também tem as festas juninas, na escola, na igreja. As diferenças são grandes. Ainda assim eu aproveito esse período com muito gosto pelas comidas da festa. Ah o milho e suas derivações deliciosas. Que alquimia saborosa. E as festas juninas do mês de junho/2019 estão na minha lista de gratidão. Que a fogueira da boa tradição continue a se perpetuar pelas gerações.

A viagem ao Rio de Janeiro também foi abençoada. Rever pessoas que estimamos é tão gratificante. Além de todo encanto que o Rio desperta pela beleza da paisagem, tem uma poesia na cidade que aflora os sentidos. Há muitos Rios por descobrir. A curta viagem deixou saudade. Não há tradução para aquilo que nos toca, apenas nuances do que sentimos e posso dizer que o afeto encantador carioca é especial.

E junho teve a edição do Leia Mulheres e minha leitura do mês, o País das Mulheres, foi uma descoberta maravilhosa. Incrível quantas conexões uma obra é capaz de tecer. Ler é mágico. Esse é um hábito que procuro estimular nas minhas crianças e fico fascinada com a atenção que o meu caçula tem cultivado.

Impossível registrar aqui todas as graças de junho. Sinto imensa gratidão por este mês capítulo de 2019. Que continuemos a cultivar a essência do que é essencial. Para encerrar o post, a imagem que escolhi, do meu filho Arthur jogando nas areias de Copacabana. Continua a ressoar em minhas orações as palavras que ouvi de um ambulante. E também sua emoção afetuosa e suas lágrimas na despedida da viagem. Sentir faz sentido. Retornaremos Rio.

Notas 01/2024

Muitos dizem que janeiro foi longo. Eu digo que foi ligeiro. Eita quanta vida em 31 dias. Já até virou capítulo de 2024. Foram tantas emoçõe...