Minha mãe e meu pai se conheceram em Lagoa do Barro. Foram casados por alguns anos. Não completaram as bodas de prata como eu. Como muitas famílias da região, meu pai veio para São Paulo trabalhar de pedreiro para nos sustentar. Até que resolveram trazer toda família pro Sudeste. Sim, somos uma família como muitas outras de retirantes nordestinos que vieram para São Paulo. Lembro como se fosse hoje do dia que cheguei aqui e contemplei o céu cinza, a neblina gelada e meu corpo pequeno e frágil trêmulo de medo e frio. Na época éramos 4 irmãos e fomos direto pra casa da tia Coca, tão pequena, e que ainda assim nos abrigou. Ficamos duas semanas em São Paulo e depois viemos para Osasco, pra casa do tio Antonio Piqui, irmão da minha madrinha Cotinha. E já são 30 anos em OZ, como carinhosamente chamamos Osasco. Sou muito grata pela cidade que nos acolheu. Aqui construímos nossos laços sem perder as conexões com a terra onde nascemos. Os cenários são diferentes, os personagens também e seguimos nossos passos. Depois da separação meu pai morou um tempo por aqui e retornou para Lagoa do Barro. Nós ficamos, órfãos de certa forma. Sobrevivemos.
Então vamos elencar a família gerada desse casamento retratado na imagem:
Meu irmão Paulo, eu brinco que tem asas nos pés, vive na estrada com sua bagagem mochila, já percorreu alguns destinos e está sempre pronto a embarcar em novos roteiros. Atualmente mora em Jericoacoara e está com embarque agendado semana que vem para algum lugar da América do Sul.
A Lane é minha irmã de casa, do cuidado com os seus e nossos, lembra muito vozinha e mãe pelo gosto do seu canto. É tão preciosa.
Meu irmão Giva é o galego. Ele é retrato de alegria, faz 6 anos que mora em Parnamirim, se adaptou bem ao sertão. Sempre recebe nossas visitas e vem aqui nos ver.
E o paulista Henrique, estudante de letras da USP está trilhando seu caminho criando as letras do seu enredo. Mora na capital, perto do metrô, pense em um menino inteligente e criativo.
Mãe é nossa fortaleza. Quando penso por todas as adversidades que enfrentamos, meu peito inflama de gratidão por ter uma mãe tão nobre. “Eita que a risada de Fátima é inesquecível”. É uma frase que sempre escuto sobre minha mãe. Que sensacional ter a risada como marca. Ela é a Senhora de rodinhas nos pés, ligeira, alegre, disposta e repleta de bondade.
Somos 5 filhos, 6 netos e 3 netas. Bruna, minha primogênita já é mãe, eu sou avó e meus pais bisavós da Peaches, a tataraneta do Sr. Chico Cordeiro, Dona Cotinha, Sr. Enoque e Dona Joaninha, que tem a honra de está viva e ter conhecido Peaches, ainda que por vídeo e foto, já que ela é americana e está há léguas de distância, porém, presente naquilo que chamo de proximidade sagrada, dessas que carregamos no DNA e coração.
A arte de relacionar-se é um desafio e uma bênção que me permite aprender e ensinar com os personagens que fazem parte dos capítulos de minha história. E ainda há muito para escrever ...para trocar experiências com os irmãos que habitam o cenário de minha existência...afinal... cada amanhacer é uma dádiva...todo crespúsculo é uma passagem...e a noite as sombras nos faz enxergar a luz do ciclo que se completa e se renova dia a dia.
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