Os jardins holandeses foram os destaques das últimas edições do quadro verde que assisti. Quanta cor, quanto amor. Tulipas enchendo de graça parques, praças, sacadas, jardins e casas. Quintais que são palcos para jardins com detalhes tão simples e primorosos, cuidados com carinho e dedicação pelas famílias. Como são angelicais as flores das cerejeiras e macieiras, deslumbrantes na paisagem da Holanda, assim, como outros exemplares de árvores e flores exibidas com tanta maestria pelas reportagens.
As matérias me fizeram pensar nos jardins de minha vida. Aqueles jardins que tocaram minha alma com sua graça. Lembrei-me das árvores do meu caminho, algumas próximas, outras distantes, mas que sempre estão comigo porque estão eternizadas em meu coração. Saudade feliz dos pequenos canteiros suspensos em jirau do quintal da minha avó. Ao passar por lá sempre me aproximava e ficava inalando o perfume de hortelã e cravo. Tenho também na memória a lembrança de um quintal gracioso da casa de uma tia do meu pai que ficava no sítio. Em um grande jirau e também no chão, canteiros cobertos por cravos vermelhos e brancos cuidadosamente regados para suportar o clima do sertão. E nesse território também tem lugar para as flores do umbuzeiro. E como é doce a sombra do juazeiro. Que delícia sentir saudade feliz.
As reportagens do quadro verde são inspiradoras. Interligam passado, presente e futuro na jornada dos jardins de todos os tempos. Os jardins nos convidam a viver. Nossa vida pode ser representada por um jardim que se transforma a cada estação. Passamos por vários estágios para chegar à florada anual e depois recomeçamos o ciclo. Cultivar nosso jardim é um desafio que pode ser regado de muito aprendizado e beleza.
Parabéns Ananda Apple pelo Quadro Verde.
Desejo que os jardins coloridos de sua vida tenham aromas de felicidades.
