quinta-feira, 31 de outubro de 2019

resoluções contínuas

Diz meu marido que a maturidade tá me deixando chata. Pode ser. É que tenho procurado me poupar, evitar aborrecimentos e desde 2018 tenho avançado em algumas escolhas que melhoraram e muito meu roteiro. São elas:

1) Colocar-se como prioridade. Sim, você é quem mais próximo existe de si mesmo. E se você estiver bem consigo mesmo, fazendo as atividades que aprecia, você melhora com o próximo. Presença que faz diferença para você também. Eu ando amando minha companhia e o tempo que tenho reservado como meu presente.

2) Não mais relevar o que é tóxico. Nossa fiz isso por anos e é muito doentio. Até que dei um basta e como diz mãe: tapei os caminhos de vez.  Encerrei ciclos. Pense numa prática libertadora! Melhor afastamento sincero do que proximidade falsa. Distância de léguas se possível. A energia renovada foi sentida até pelas plantas da minha casa que seguem numa florada bonita que dá gosto.

3) Evitar rótulos, comparações e gente que prega o enquadramento. Fulano é assim, Cicrano é assado. Gente cada ser humano é um universo. Eu posso gostar de X, ele de Y, podemos até gostar de algumas coisas similares, ter certas afinidades. E podemos ser opostos total. Cada um respeita e pronto. Agora não tenho mais paciência pra gente que vive nessa classificação doentia ou se acha dona da verdade. É daquele tipo de pessoa que azeda que não tem mel que adoce.

4) Liguei o FODA-SE para a opinião dos outros. Sabe aquela pessoa que vem dizer: Fulano disse isso e aquilo de você. Respondi: não precisa me contar já sei faz tempo e não me importo. Quem fala na linha da fofoca destila veneno e meu radar anda ligadíssimo. Não tenho o menor interesse nessa pauta. Por favor me poupe. Obrigada. De nada.

5) Em tempos de interpretação de texto e fala tão terríveis, priorize os diálogos nutritivos. Aqueles que agregam pelo conteúdo aprendiz. E ainda que a acidez do contexto atual esteja brava e eu não consiga me privar de sofrer em alguns pontos, eu tento me afastar cada vez mais de pessoas, conversas e situações que ferem meus princípios. Parece até egoísta essa ação, mas tenho que preservar minha saúde.

6) Reconhecer seus limites, teus erros e fraquezas não te diminui. Pelo contrário. Te faz melhor consigo mesmo. Dar conta de tudo é impossível, delegar tarefas é vital. E outra, tem dias que estamos mais cansadas e precisamos de colo, de choro. E tudo bem. Quem disse que precisamos ser a Mulher Maravilha sempre? Eu aposto que até ela tem seus momentos de tristeza e estresse. Faz parte do roteiro. Aceite, abrace e renove as forças para seguir adiante vencendo as adversidades, que sempre irão surgir.

7) Ouvir sua intuição. A minha anda cada mais aflorada. O que sentimos diz muito. Quando ouvimos mais nossas próprias vozes conseguimos compreender melhor as situações que nos cercam e enxergar os sinais. Até me chamaram de bruxa e louca, que elogios fabulosos!

8) Limpe as arestas do seu coração e sua visão ampliará, com muito mais suavidade com você e o próximo. Melhora a compaixão, o perdão e o silêncio sábio. Assim selecionamos melhor a importância de certas coisas e nos auxilia a valorizar o que realmente faz sentido. É faxina sensorial e eficaz.

9) Refine suas relações. Sim, torne as que valem a pena mais próximas e transparentes. Mantenha contato com gente amiga e com a família que presta (sim tem quem não preste e até no plural viu. E isso em todas as famílias que conheço). Esse refinamento traz uma leveza e faz um bem danado.

10) Sei que para alguns eu também não presto e tudo bem. Não sou santa nem tenho pretensão de ser e como disse na resolução 4, faz tempo que não ligo para esse tipo de opinião. Desejo de todo coração, para todas as pessoas, que não alimentem ódio. É danoso! Pelo seu próprio bem, cuidem de suas vidas com Amor que eu ando cuidando da minha. Já diz certa canção: “Quem tem Amor na vida tem Sorte”. Eita que eu tenho MUITA. Posso afirmar com toda certeza: Eu não odeio ninguém. Deus me livre desse sentimento. Eu sei muito bem quem sou e o que sinto. Simples assim.

Por fim, essas não são apenas resoluções de Ano Novo, são contínuas e tenho me esforçado para manter a disciplina com a conexão dessas resoluções, tentando melhorar a cada dia, tomando coragem para decidir com afinco e sequenciar as ações das minhas escolhas. Eu errei, ainda erro e quando percebo tento aprumar o rumo. Nessa caminhada, as leituras e a escrita são balsamos. Gratidão aos meus livros, minhas letras no caderno, no teclado e nas páginas imaginárias. Sou também muito grata a minha família próxima, aos amigos e aos encontros que movimentam o círculo da energia aprendiz e afetuosa.

fotografia: Anderson Milani. Meu amigo do livro-coração.

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