Todas as memórias de 2020 são intensas. Que ano doido! O ano em que a ausência bateu forte, as restrições nos confrontaram com desafios novos, a saudade latejou como nunca. A falta da proximidade dos encontros e abraços. Foram dias, semanas e meses numa lonjura de lugares e pessoas que amamos. E iniciaremos o novo ano ainda nesse cenário. Ainda assim, estou viva nesse 31/12/2020 e sou muito grata por estar aqui, sentada no meu quintal, ouvindo os pássaros anunciando a alegria do amanhecer, ao lado das minhas plantas e flores, com um céu azul de pequenas nuvens brancas e com o coração transbordando de esperança sentindo a brisa de verão desta manhã.
As recordações de 2020 não
caberão em nenhuma página ou livro, muito do que vivenciei ficaram entalados na
garganta, presos na reflexão dolorida que sufocaram as lágrimas que um dia irão
jorrar e nas lembranças que irei escrever. Sim eu escrevi muito pouco este ano,
apenas pequenas notas rabiscadas. Enviei cartas para minha filha e vozinha, algumas
escritas a mão, com minha letra quase indecifrável. Ainda gosto disso, ainda
que um calo chato pelo jeito que seguro a caneta incomode. Ele fica marcado,
como as letras escritas no papel, pintadas com lágrimas que secaram a folha e
ainda assim, seguem na carta.
Do verão em janeiro e agora de sua chegada em dezembro eu acompanhei a árvore do João de Barro. As mudanças nas estações, das folhas caindo até os galhos secarem, delas renascendo, crescendo e enfeitando o céu com sua copa frondosa. E o presente que veio na primavera com o novo ninho que vi sendo construído com maestria. Vidas florescendo no ninho casa. E que sejamos CASA onde quer que nossos passos caminhem. Vem 2021!
Um comentário:
Que lindo a gratidão
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