Como andam suas novas e antigas conexões? Está se perdendo nas distrações? Ou tem conseguido concentração plena? Reflexões diversas dessa manhã invernal.
A transformação é contínua. A nova geração desconhece muitas
das atividades que participamos e, embora, movimentos como o interesse por
disco de vinil, encontros offline, desconexão do virtual e regresso ao real,
estejam aumentando, há um número gigante influenciado pela era digital e suas
alterações nas relações. Tudo tem dois lados, o bom e o ruim nesse contexto tem
sido pauta de discussão. Ações de controle e segurança estão na agenda dos
governos. Há muitos crimes praticados na Internet e precisam ser punidos. Todo
exagero é nocivo e dependentes virtuais precisam de tratamento. Isso é bem
sério.
Pessoas que ligam como eu são vistas como raras ou uma
expressão que indica “antigo” que agora não lembro o nome que meu filho citou.
Sim, nossos neurônios são afetados com o passar da idade. De vez em quando eu abro
a geladeira e fico tentando desvendar: o que foi mesmo que eu vim pegar aqui?
Voltando a ligação, sim eu gosto de ouvir e sentir a voz ao vivo. “Ah manda
áudio” Não é a mesma coisa. Estou beirando a extinção? Talvez. Ainda bem que
tenho amigas que atendem minhas ligações. Eu que amo o riso, ainda dou boas
gargalhadas falando ao telefone em longas conversas.
Você viu o Status de fulano? Qual deles? Do WhatsApp eu nunca vejo, Stories do
Instagram uns poucos que aparecem quando entro e saio, as vezes na velocidade
de segundos. Minha mãe que tenta usar e já aprendeu alguma coisa do zap, vai
enviar o resultado do jogo do bicho para amiga e coloca no Staus sem querer.
Outro dia colocou a foto do cartão do banco. Felizmente um conhecido de plantão
viu e me avisou. Liguei para minha mãe e disse que tinha faltado ela informar a
senha de acesso. Pasmem! Um dia minha
mãe recebeu ligação de um desconhecido, um golpe, e lá estava ela indo fazer um
depósito na conta de um tio. Ainda bem que eu interceptei a loucura. Imagina se
ela usasse pix? Nem pensar. Está também proibida de atender ligações de números
que não estejam em sua lista de contatos.
Antes eu era muito avessa a chamadas de vídeos, ando me
acostumando, mas sou muito seletiva. Uso esse formato para me comunicar com
minha filha e netos. A perene conexão de saudades acompanha meus dias nas
chamadas Norte e Sul. Reuniões online podem ser produtivas? Depende da pauta,
duração e outras variáveis. As que participei presenciais foram bem melhores. Uma
dica é ter atenção plena na que participar e a pauta pode render. As distrações
minam a produtividade. O contrário é real. Concentre-se total em uma atividade
e o resultado te surpreenderá.
Eu te liguei várias vezes e você não atendeu. Está tudo bem? Sim, eu estava
atuando, respondi. Ué voltou ao teatro? Ainda não. Sim, pense num palco e numa
peça teatral, naquele momento você está entregue ao enredo e cenas. Pelo menos
quando eu atuei senti assim. Então enquanto eu estava desempenhando a
atividade, me desliguei de tudo mais e não atendi as ligações (inclusive meu
telefone estava em um canto e eu noutro). Se me ligarem, enviarem mensagens, sinal
de fumaça e eu não responder, já sabem que estou mergulhada. E isso vale para
momentos de leitura, escrita, oração, música, podcast ou dormindo. Como sou
matinal e acordo cedo, depois das 20:00 é bem difícil falar comigo.
Sim, ando ouvindo podcast. E até vencendo o desafio do microfone. Criei meu
próprio podcast com a ajuda do meu irmão que já participa de um sensacional:
Utopia X. O nosso Conecta Analice faz parte de um projeto que criei e estou
desenvolvendo. Aprecio essa forma leve do podcast, um bate papo em que uma
pergunta, resposta ou fala de um dos participantes, vai enlaçando outras e
criando um diálogo nutritivo. Partilhar é verbo ação em meu cotidiano. Acredito
na força da comunicação para agregar personagens e histórias que fazem
diferença na vida das pessoas.