quinta-feira, 18 de julho de 2024

Deserto invernal

Ando num redemoinho de tempestades. Olho o céu acreditando que esse deserto é apenas uma passagem e que cada passo irá me conduzindo a outro ciclo, chegada, destino...me agarro na fé que sopra esperança de que esses tempos doloridos têm um ensinamento maior. Nem sempre compreendemos de momento. Abraço minha angústia e na leveza das libélulas, borboletas, pássaros e nos sinais, vou encontrando respostas das minhas preces. Sempre fui de reza, digamos que está no DNA.

Tive um sonho intenso e nele por duas vezes a mesma passagem bíblica, uma carta de São Paulo que eu nunca tinha lido antes. Eu que amo cartas fui chamada a ler esta que estou tentando interpretar. Há muitas mensagens nas linhas e entrelinhas e nos tantos símbolos do sonho. As pessoas, os lugares, o rio, a praça, a igreja, a fogueira, os abraços, o caminho, as orações, a janela e a construção com seus tijolos vivos que reluziam com o sol do entardecer.

Nessa hora sagrada que anuncia o crepúsculo, eu pego meu Terço e rezo caminhando. Contemplo a árvore desfolhada da estação e me vejo nela também. Embaixo de seus galhos sinto meus ancestrais soprando força, me dizendo que estão comigo, que essas adversidades que chegaram a galope irão passar. É um processo de transformação que delineará mudanças profundas. Sim eu nunca estarei sozinha. Tem os anjos celestes me protegendo e os terrenos com seus afetos abraços e orações.

As marcas dessa jornada ficarão tatuadas na alma, assim como a gratidão. Sim, eu agradeço com todo fervor do meu coração que sangra nesse deserto invernal.

A árvore invernal, logo a primavera virá. Eu creio...

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