terça-feira, 30 de abril de 2019

Abril e o ciclo vida e morte do outono de todos os tempos

Abril sempre será um mês especial em minha vida. Nasceram no outono deste hemisfério, minha primogênita e meu caçula. Uma diferença de 18 anos entre eles. Um da Terra, outro do Fogo. E celebrar a vida dos dois é uma alegria que renova minha gratidão e a certeza de que cada estação tem muito sentido. O ciclo é perene, embora não sejamos imortais.

Mesmo que não compreendamos na hora e duvidemos em alguns momentos, tudo tem um propósito e vamos aprendendo. Assim o tempo vai nos moldando, e vice e versa também. Não à toa a energia gira circular. Faça um exercício de girar e sinta o movimento do vento. É mágico. “Coisa de doido” diz meu marido quando me ver nessa conexão, dançando e ouvindo o canto do vento. E respondo: Sou grata por ter nascido louca. E o som da minha gargalhada inunda o quintal e a leveza enlaça meu corpo.

E já que citamos movimento, abril foi fervoroso. Fazendo o zoom por tudo que passou dentro do mês percebo quanta vida nesse intervalo de tempo. Vou listar alguns acontecimentos que palpitam agora em minha memória coração:

Mãe viajou para ver vozinha. Meu irmão Paulo veio do Ceará para uma curta temporada e sua companhia alegre faz tão bem. Eu recebi minha adorável prima Ruthi em casa. Ah sua presença trouxe tanta ternura ao meu coração. Mistura de Pernambuco, Pará, São Paulo, Osasco, Cotia, cenários, cheiros, personagens, chegadas, saudades e partidas.

Fui ao Pronto Socorro, consulta, laboratório, sangue, exames, bactéria. Os imprevistos e os check-ups necessários. E até isso ensina que é preciso começar e seguir o passo a passo para definir e programar a solução.

Teve churrasco nas alturas e encontros no solo. Teve missa, domingo de Ramos, almoço de Páscoa. Café com gente amiga. Teve parque, teatro, bolo, trem, metrô, estações, prédios, livraria, ruas, avenidas, futebol, natação. Sorrisos e lágrimas. Livros, abraços e poesia. Alegrias e tristezas. Para lembrar que a presença da morte e vida está no cotidiano, em distintos contextos e com diferentes leituras.

Encerrando esse rascunho do mês, que apesar de nem chegar perto da intensidade de abril/2019, deixa rastro de sua grandeza, uma das minhas frases preferidas do Homem Aranha que tem sintonia com a minha teia enveredada de laços: “Se você guardar uma coisa tão complicada como o amor aqui dentro (no coração), vai ficar doente.” Peter Parker. E para finalizar, um trecho do melhor Spoilers de Vingadores Endgame, escrito por meu irmão Henrique:

“Sempre assisti filmes com meu filho. Outro dia, víamos uma foto sua ainda bebê segurando dois bonecos de super heróis. Sabemos que não estamos sozinhos no multiverso (ele sonha em viajar ao universo 616 e poder olhar para o alto em NY e ver o Homem-Aranha passando). Sabemos que a ficção é tão real quanto nossa própria vida e que o que se define fácil por realidade não nos é suficiente. Brincamos se não seríamos Odin e Thor levando uma vida mortal para aprender o que é ser humano. Super heróis é o que mais próximo temos de uma religião....
E então os Vingadores. Todos eles. Aqueles que haviam morrido voltavam um a um para enfrentar o inevitável. E ele finalmente, recompensado, sorriu, um sorriso que falhou, e seguiu um novo choro. Um choro diferente, aliviado.
Era de felicidade.
Para sempre vou lembrar do choro de felicidade do João, invariavelmente, e sentir felicidade junto. Eu mesmo chorei ali, feliz por e com ele. E vou sempre lembrar que o sorriso se banhou de lágrimas, exatamente no momento que mais se esticou, porque viu a volta daquele que mais o machucou ao morrer. O Homem-Aranha...
E espero que enquanto nossa mortal experiência neste universo durar, possamos continuar assistindo juntos à filmes e heróis.”

os personagens de abril. Muito amor nessa teia que entrelaça outras teias nessa trança de gente.

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