quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Minha criança eterna

Sou rodeada de crianças que alegram minha vida. Cresci na companhia de irmãos, tantos primos que eu perco a conta e uma ruma de amigos de infância. Aliás, desse período guardo recordações sensacionais que povoam meus sonhos. Os pulos da canoa para demorados mergulhos no açude. Ficava ali nadando e contemplando a beleza dos raios solares refletidos da margem até o mais profundo que conseguia mergulhar. E que delícia quando eu descia entre as bananeiras logo cedo e chegava ao trecho de areia, perto de onde estava ancorada a canoa e me sentava ali para ouvir o canto das marés. Sim, eu converso com as águas até hoje e perco a noção do tempo. E o que dizer da delícia de subir em árvores e fazer dos galhos minha casa imaginária. Não tem melhor morada com sombra, folhas, flores, frutos e pássaros que vem nos visitar. E minhas lindas bonecas de sabugo de milho com seus cabelos dourados balançando ao sabor do vento.

Sim, tive minhas privações na infância, como muitas crianças do sertão. Só que sinceramente elas não deixaram marcas danosas. Lembro é com alegria das visitas de vozinho que nos levava mantimentos e da alegria de falar ao telefone com meu pai distante em São Paulo por alguns períodos. Melhor ainda era quando ele retornava. O que fica é tudo que é especial, que toca a alma, que enternece o coração e posso dizer com letras gigantescas que tive na minha infância e continuo a ter a presença de muito AMOR em minha vida. E é isso que faz toda diferença na vida da criança que continuamos a ser em diversas gerações. E para parabenizar minha criança, meu melhor presente é ir ao sertão, visitar minha terra, ver o meu povo, brincar e sorrir até dar câimbra nas mandíbulas e a barriga doer. É que sorriso não falta por lá.
Feliz dia das crianças!

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